Quem é a Geração Z e quais são os seus dilemas?

Quem é a Geração Z e quais são os seus dilemas?

As gerações são cada vez mais conhecidas por rótulos. Há Geração X, a Geração Y ou a Geração Z, entre muitas outras designações.

Com todos os riscos que se corre ao rotular e agrupar gerações, estas são designações e grupos que ajudam a perceber melhor o seu comportamento. Há muitos estudos e muita informação que tem sido produzida sobre esta temática e, mais recentemente, chamou-me à atenção um estudo sobre Os dilemas da Geração Z da agência Atrevia e da Deusto Business School de Madrid. Foi ao tentar descobrir estes dilemas que me fez escrever este artigo.

Quais são afinal os dilemas da geração que nasceu entre os últimos anos do século passado e o final da primeira década deste século (entre 1994 e 2009)? Aqui ficam os principais pontos da minha descoberta e que gostaria de partilhar:

  • Esta é uma geração autodidata, criativa e exposta a uma overdose de informação. Nasceram a conviver com smartphones e tablets, tratando a tecnologia por tu. São também dinâmicos e empreendedores. Chamam-lhes homo digitalis.
  • Acompanhados com a palavra Internet, há muitas palavras começadas por ‘i’ que também os caracterizam: porque são autodidatas isso dá-lhes a confiança de serem irreverentes e de não temerem ir contra pais e professores; vivem no mundo da imediatez, onde tudo funciona à rapidez da tecnologia que consomem; adeptos da diversidade são por natureza inclusivos; mas no mundo onde vivem, onde tudo muda e nada é estável, têm como companhia a incerteza.
  • Reconhecem a importância da educação, mas não se reveem no atual sistema de ensino, que consideram estar completamente desadequado do mercado de trabalho. A forma de colmatar este gap é sendo autodidatas e recorrendo sobretudo a uma das suas plataformas preferidas, o YouTube.
  • Em vez de ambicionarem um trabalho ou emprego, esta geração prefere abraçar projetos e abraçar a chamada gig economy. Neste contexto, mais do que uma carreira e lugares de chefia, querem ganhar conhecimento e experiência.
  • Mais do que a estabilidade e a segurança, a Geração Z quer conhecer coisas novas, quer desafios e quer evoluir nos seus conhecimentos.
  • Na sua relação com o trabalho, são a primeira geração que ambiciona encontrar o pleno equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar.
  • Antes do dinheiro, consideram que é mais importante a saúde, uma boa formação, as boas relações familiares, o sucesso profissional ou o ambiente.
  • Não se dissociam dos problemas políticos, mas a verdade é que o discurso da classe política não está voltado para esta geração.
  • Enquanto consumidores, são fiéis mas não hesitam em mudar se as recomendações e a sua própria experiência ditarem o contrário. Sempre ligados às redes sociais, a importância das recomendações da sua rede de amigos tem um peso muito importante.
  • Esta geração vive num dilema: apesar de serem 100% digitais, vivem num mundo que não é 100% digital e onde muitas pessoas com quem convivem – nomeadamente pais, avós e professores – estão longe de terem um perfil digital. Ora, isso causa-lhes o dilema de saber se devem renunciar a uma parte deles próprios para se adaptarem ao mundo que os rodeia ou assumirem aquilo que são, correndo o risco de serem marginalizados.
Blandina Costa
Conheça o autor / Blandina Costa

Editora e diretora-geral da Webtexto.