Já ouviu falar, certamente, nos millennials. De repente a palavra passou a estar na boca de toda a gente. Mas afinal sabe realmente quem são os millennials? E por que motivo passaram a ser tão importantes?
O mais provável é que precise mesmo de saber quem são porque esta é a geração das pessoas que estão a dominar atualmente o mundo. Chamam-se millennials, um termo criado por William Strauss e Neil Howe, mas são também conhecidos como geração Y, geração Internet ou Echo Boomers.
Apesar de não haver consenso sobre as datas de nascimento abrangidas por esta geração – os anos podem ir de 1976 a 2004 -, várias são as fontes que definem o millennials como os homens e as mulheres que nasceram entre 1980 e 2000 e que hoje têm entre 16 e 36 anos. É o caso, por exemplo, de um estudo da Casa Branca ou mesmo de um artigo da Goldman Sachs que explica em formato de infografia quem são e quais são as suas principais características.
Filhos da geração X e netos dos Baby Boomers, os millennials são considerados os primeiros nativos digitais: nasceram numa época de grande desenvolvimento tecnológico, fizeram já a sua formação na era da Internet, o que lhes deu um conjunto de prioridades e expectativas muito diferentes das gerações anteriores, que estavam mais preocupadas em poupar para ter um pé-de-meia para a reforma, comprar uma casa ou um carro.
O fácil acesso à Internet e a rápida adaptação às novas tecnologias, como computadores, telemóveis e tablets, moldaram o seu comportamento, as suas experiências e até mesmo os seus padrões de consumo: os millennials preferem gastar dinheiro em atividades relacionadas com o lazer (festivais, restaurantes, viagens) e em novas tecnologias.
Também o período de recessão económica (com baixos níveis de empregabilidade e de rendimento) acabou por condicionar as suas opções de vida. Ao contrário das gerações anteriores, têm menos dinheiro para gastar e, logo, menos margem para poupar. As suas experiências de vida estão, assim, a mudar a forma como se compra e vende, obrigando as empresas a analisar e a melhorar a forma como fazem negócios.
Segundo um estudo da consultora Deloitte, os millennials “já não são mais os líderes de amanhã, mas cada vez mais os líderes de hoje”. Exemplo disso é Mark Zuckerberg, que com apenas 19 anos fundou uma das maiores redes sociais do mundo, o Facebook. Também David Karp, Kevin Systrom e Daniel Ek estavam na casa dos 20 quando fundaram o Tumblr, o Instagram e o Spotify, respetivamente.
Qual a melhor estratégia de content marketing para millennials?
Se o seu público-alvo pertence à geração millennial, é importante que crie uma estratégia de content marketing capaz de atrair e satisfazer este tipo de consumidores com novas características e necessidades. Eles estão presentes em várias plataformas, usam vários dispositivos e, por isso, há apostas que não pode deixar de fazer na sua abordagem a esta geração.
Criação de vídeos
Os millennials são consumidores visuais: adoram os vídeos, porque são fáceis de consumir. Não partilham qualquer tipo de conteúdo, mas quando o fazem optam sobretudo por conteúdo visual, nomeadamente vídeos. Tem de ser conteúdo útil, que lhes ensine alguma coisa e que os ajude a decidir que produtos devem adquirir. Os vídeos e imagens de alta qualidade não só atraem os leitores para um blog, por exemplo, mas também aumentam a probabilidade desses conteúdos serem partilhados nas suas redes sociais, ajudando muitas vezes a fazer com que se tornem virais.
Otimização de sites e blogs
O fácil acesso à Internet e a dispositivos móveis influencia a forma como os millennials fazem as suas compras: basta pensarmos que através de um só clique temos informação detalhada sobre qualquer produto ou serviço. Esta é mesmo considerada a geração que vive e compra online, mas sempre de forma ponderada.
“Os millennials caracterizam-se por terem gastos médios diários mais baixos, fruto da pesquisa permanente que fazem (69% visitam os sites de retalho). Quando entram numa loja utilizam o telemóvel para pesquisar determinado produto e encontrar a melhor oferta”, diz César Gonçalves, partner da PwC Portugal, numa entrevista ao Expresso.
Tendo em conta que a maioria das pessoas tem algum tipo de atividade digital através dos seus dispositivos móveis (por exemplo, uma pesquisa), é importante desenvolver e otimizar os sites e blogs para que estes estejam preparados para apresentar a informação com qualidade em qualquer tipo de resolução (seja, um telemóvel, um tablet ou um computador). No caso do vídeo, é preciso ajustar a sua dimensão de acordo com a plataforma onde se quer publicar e quem se pretende alcançar: no Snapchat funcionam melhor os vídeos na vertical, enquanto no YouTube é preferível utilizarem-se vídeos na horizontal. Desta forma é possível satisfazer as necessidades do cliente e, consequentemente, fidelizá-lo.
Criação de redes sociais
As redes sociais fazem parte do dia-a-dia dos millennials. São utilizadas não só para comunicarem com os amigos e familiares, mas também para estarem a par da atualidade. Além disso, é aí que podem facilmente consultar, recomendar ou ser aconselhados sobre um determinado produto ou serviço, antes de efetuarem uma compra. O surgimento destes novos meios de comunicação dificultou, assim, o trabalho das empresas, que precisam de recorrer a um vasto conjunto de canais e dispositivos para manter a comunicação com o cliente.
Neste sentido, a criação da rede social certa pode ser fundamental para aumentar o número de vendas e ganhar notoriedade. Mas, não basta criar uma página no Facebook ou no Twitter para se ter sucesso. É preciso publicar o conteúdo certo. Por exemplo, os millennials não gostam de conteúdos demasiado promocionais. À mínima oportunidade “escondem” esse tipo de informação da sua “página inicial” e, como consequência, as marcas são penalizadas, uma vez que as suas publicações deixam de aparecer nas páginas desses utilizadores. Para evitar este tipo de situações, deve ser desenvolvida uma estratégia baseada no storytelling, ou seja, conteúdos que sejam capazes de despertar emoções, que os inspire e que os façam acreditar no valor e na missão da marca.