Como as técnicas de escrita fazem a diferença na criação de conteúdos

Como as técnicas de escrita fazem a diferença na criação de conteúdos

Lembra-se da Dory, o peixe distraído e com perda de memória do filme À Procura de Nemo? Já imaginou como seria se ela fosse o público-alvo do seu negócio? Como conquistaria o seu escasso tempo de concentração? Cada vez mais, os produtores de conteúdo têm mesmo de mergulhar neste desafio, em que as técnicas de escrita são um instrumento crucial.

Nos últimos anos, a nossa capacidade coletiva para fixarmos a atenção em alguma coisa reduziu-se substancialmente. Um estudo publicado em abril que juntou vários centros de investigação europeus mostra que a quantidade descomunal de informação disponível leva a que haja cada vez mais fontes a solicitar  a atenção dos consumidores, mas estes passam cada vez menos tempo analisar cada um desses focos. “Parece que o tempo dedicado à atenção na nossa mente coletiva tem um determinado tamanho, mas os itens culturais a competir por essa atenção são cada vez mais exaustivos”, explica Sune Lehmann, um dos autores do estudo, que dá um exemplo: Em 2013 uma trend popular no Twitter ficava no top 50 por 17,5 horas – em 2016, esse “sucesso” durava apenas 11,9 horas.

No meio do turbilhão de informações e novidades disponíveis à distância de um clique, as marcas devem investir na produção de conteúdos criativos e relevantes, que lhes permitam conquistar a atenção (e admiração) dos consumidores. O domínio das técnicas de escrita é, por isso, uma ferramenta cada vez mais fulcral.

A construção de uma voz

A escrita de conteúdos, ao contrário da mera escrita criativa, deve ter sempre no horizonte um determinado propósito, claramente definido a priori. Acima de tudo, o produtor de conteúdos deve oferecer consistência à estratégia de comunicação global de uma organização, participando ativamente na construção da voz da marca. Assim, para que o conteúdo seja percebido como relevante e coerente, é imprescindível que a escrita seja sempre adaptada à identidade da empresa, à sua cultura e, sobretudo, ao público-alvo.

Antes de pensar nas melhores técnicas de escrita para os seus artigos, deve procurar conhecer muito bem o perfil das pessoas com quem quer comunicar. Não chega ter conhecimento da faixa etária ou dos dados demográficos do seu público. Como afirma Rick Levine, no livro ‘Manifesto da Economia Digital’, “o mercado é composto por seres humanos e não por setores demográficos”. Com efeito, é importante traçar um retrato da sua audiência, tentando perceber quais as suas rotinas, comportamentos, hábitos de consumo, valores, atitudes e predisposições face à marca. Toda a informação que puder recolher sobre o seu público servir-lhe-á de bússola na hora de responder às suas dúvidas, anseios e interesses, permitindo-lhe criar conteúdos cativantes, oportunos e bem escritos.

Técnicas de escrita: uma caixa de ferramentas essenciais

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Pesquisa

Mesmo quem não percebe grande coisa de engenharia civil sabe que uma casa não se pode construir a partir do telhado, sem alicerces fortes que a sustentem. De igual forma, não se pode arquitetar e escrever um bom artigo sem uma pesquisa detalhada em relação à temática a abordar. É vital fornecer informação credível, proveniente de fontes confiáveis, que devem ser sempre referidas e linkadas. A citação de dados oficiais, factos, estatísticas e opiniões de especialistas reforçará a autenticidade e a relevância do seu artigo. Lembre-se: é importante que o leitor sinta que está sempre a aprender algo, e não a perder tempo.

Títulos

Segundo o livro ‘Marketing de Conteúdo – A Moeda do Século XXI’, de Rafael Rez, o título de uma página de Internet é 400% mais visto do que qualquer outro elemento da página, à semelhança do que acontece com as manchetes de um jornal. Para atrair a atenção dos leitores deve procurar, na construção dos seus títulos, gerar curiosidade, utilizar números e listas, apresentar novidades, evitar termos negativos e trabalhar bem o SEO – a inclusão da palavra-chave principal no título, por exemplo, pode melhorar a indexação nos motores de busca.

SEO

De nada serve um bom conteúdo se o seu público não o conseguir encontrar. Os algoritmos que determinam o funcionamento dos motores de busca estão em constante atualização. Os melhores produtores de conteúdo devem, por isso, estar sempre atualizados em relação às suas mais recentes atualizações, tentando tirar proveito delas. Para trabalhar bem o SEO dos seus artigos deve ter atenção, pelo menos, à escolha das palavras-chave e à sua utilização no corpo do texto, à inclusão de links, internos ou externos, para páginas de referência e à construção da meta descrição, que permitirá ao leitor, ainda nos resultados de pesquisa, saber qual o assunto da página web.

Edição

Como afirma Justice Louis Brandeis, “there is no great writing, only great rewriting”. É muito difícil que um primeiro rascunho fique imediatamente pronto para publicação, mesmo que já tenha domínio das melhores técnicas de escrita. As competências de edição exigem uma boa dose de paciência, disciplina e atenção aos detalhes. Para além das questões gramaticais e de pontuação, deve eliminar pontos redundantes ou supérfluos e simplificar a informação, de modo a tornar a leitura mais fácil e sedutora.

Luís Eusébio
Conheça o autor / Luís Eusébio

Produtor e gestor de conteúdos da Webtexto.